quarta-feira, dezembro 29, 2010

Atletas latinos servem como opção de reforço para equipes brasileiras

Todo fim de temporada é assim, enquanto os jogadores saem de férias, os dirigentes correm atrás de reforços para o ano seguinte. As equipes sofrem baixas e na tentativa de compensá-las, os clubes buscam atletas de qualidade para integrar o elenco. No entanto, as tentativas, muitas vezes, acabam esbarrando nas dificuldades financeiras e, para driblar os problemas nos cofres, os times apostam em promessas que custem pouco e possam se valorizar durante a temporada. Atento às diversas opções no continente, o Flamengo, por exemplo, vai contar com o reforço do meia argentino Darío Botinell, que estava emprestado pelo Atlas-MEX ao Universidad Católica.

Nos últimos anos alguns clubes têm investido no mercado latino. Não é raro encontrar atletas esbanjando sotaque na coletivas de imprensa, e, por vezes, encontrando no futebol brasileiro o espaço que sempre buscaram na carreira. Não é preciso olhar muito além para perceber que algumas destas apostas têm trazido resultados positivos. É o caso de jogadores como D’ Alessandro (Internacional), Montillo (Cruzeiro) e Dario Conca (Fluminense), que brilharam no Nacional de 2010, sendo, inclusive, indicados a prêmios no troféu Craque do Brasileirão.

Para vestir a camisa número 1

Entre os bons goleiros que atuam na América Latina, alguns nomes se destacam e servem de opção para os clubes que buscam um novo camisa 1 para 2011. Apontado pela crítica argentina como um dos melhores arqueiros do Apertura, Sebastian Peratta vive excelente momento e, apesar de seus 34 anos, é um dos principais nomes do Newell’s Old Boys. O jogador pode ser uma alternativa, já que a idade começa a pesar no valor de seu passe. Além disso, para resolver questões financeiras, seu clube parece disposto a negociar alguns atletas.

Se os cofres da equipe permitirem, outra opção é o também argentino Juan Pablo Carrizo. Mais valioso que Peratta, o atleta, de 26 anos, pertence ao Lazio e teve suas atuações pelo River Plate em 2010 elogiadas pela imprensa local. Por ter passado suas últimas férias no Brasil, Carrizo poderia ser seduzido por uma boa proposta, apesar de ter contrato com o time argentino até o meio de 2011.

A contratação do goleiro Hilário Navarro do Independiente também pode sair em conta. Campeão da Copa Sul-Americana deste ano, o argentino tem 30 anos e calcula-se que seu preço seja bem mais baixo do que o de Peratta e Carrizo. Tendo passado boa parte da carreira no futebol paraguaio, Navarro chegou a receber proposta da federação de futebol do país para se naturalizar e vestir o uniforme da seleção.

Uruguaios podem fechar a defesa

Na zaga opções não faltam e há rumores de que equipes do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas já observam alguns sul-americanos. Uma boa alternativa seria Mauricio Victorino, de 28 anos. Com passagem pela seleção uruguaia na Copa da África, o atleta do Universidad de Chile foi premiado pela Associação Nacional de Futebol do país pela atuação na temporada. Com a regularidade mostrada em campo ao longo do ano, o zagueiro chegou a uma valorização de quase 100% em 2010.

Outro nome que pode interessar para reforçar a defesa dos brasileiros é o do também uruguaio, Sebastián Coates do Nacional. Aos 20 anos, o atleta tem no currículo dois campeonatos nacionais e pode receber proposta do Lazio nos próximos dias. Por isso, é bom os clubes interessados correrem contra o tempo para tentar trazê-lo ao Brasil. A negociação pode esbarrar na forte concorrência, já que diversos times brasileiros estariam de olho em Coates, e no valor de sua multa rescisória, estipulada em US$ 8 milhões (R$ 14 milhões). Por outro lado o presidente do Nacional, Ricardo Alarcon, revelou estar aberto a propostas.

Alas se destacaram na temporada argentina

Ainda no setor defensivo dois bons laterais podem ser apontados como “viáveis” para jogar na terra de Pelé. Na direita, um argentino de 23 anos tem sido cada vez mais comentado pela imprensa latina. As atuações de Gabriel Mercado com a camisa do Estudiantes levaram o time à conquista do Apertura, que chegou ao título com a defesa menos vazada. Foram somente oito gols sofridos em 19 partidas. O atleta, que também atua como zagueiro, conquistou um Mundial Sub-20 pela seleção "hermana" e depois chegou à equipe principal do país. O jogador parece estar disponível para mudar de ares, no entanto, é bom que os dirigentes se apressem, já que o Benfica demonstrou interesse em contratá-lo.

Pela ala esquerda um paraguaio, também com passagem pela seleção de seu país, surge como opção. Marcelo Estigarribia atua pelo Newell’s Old Boys da argentina, tem 23 anos e pertence ao time francês Lê Mans. O lateral, que também joga como volante, tem como característica a boa saída de bola e não raro surpreende seus adversários com chutes fortes de fora da área. Embora o preço de Estigarribia seja “salgado”, seu empresário Pedro Aldave admite que uma boa proposta pode encantar o jogador

Empresa brasileira tem 90% de passe de volante argentino

Para proteger a defesa, no meio-campo, dois jovens talentos podem servir como reforço: Felipe Seymour e Leandro Chaparro. O primeiro tem 23 anos, é chileno e atua no Universidad de Chile. É considerado um dos melhores volantes da América do Sul e foi premiado este ano pela Associação Nacional de Futebol do país onde joga. O custo de Seymour é calculado em cerca de 3 milhões de reais. Já Chaparro é um garoto de 19 anos, argentino e joga no San Lorenzo. A contratação do jogador poderia ser facilitada pelo fato da Traffic Sports (empresa de gerenciamento de carreira do Brasil) ser dona de 90% de seu passe.

Camisa 10

No setor de criação o colombiano Macnelly Torres, de 26 anos, surge como uma boa alternativa. Tendo jogado pela seleção de seu país, o meia do chileno Colo Colo é pretendido pelo Universitário do Peru, mas nada está concuído. Seu empresário Pablo Ceijas declarou recentemente que o jogador pretende mudar de equipe em 2011. Além de Macnelly, o argentino Damián Díaz, de 24 anos, pode suprir a falta de um meia de armação. Habilidoso e veloz, o jogador do Colón Santa Fé está emprestado pelo Boca Juniors, mas o clube pode negociá-lo dependo da proposta.

Bola na rede

Se o problema for falta de gols, o mercado sul-americano oferece diversos bons atletas como o venezuelano Angel Chourio, que defende o clube Real Esppor, de sua terra natal. O atacante de 25 anos atuou nove vezes pela seleção de seu país, marcando cinco gols ao todo. Devido às boas exibições vem se valorizando com o tempo, mas pode usar o futebol brasileiro como vitrine para o mercado europeu. Além de Chourio, o argentino Sebastián Grazzini pode aceitar trocar o All Boys por uma equipe daqui. Aos 29 anos, o jogador recusou se transferir para o futebol dos Estados Unidos recentemente. Dono do próprio passe, Grazzini pode optar por continuar na América Latina na próxima temporada caso alguma proposta lhe agrade.

Se o futebol sul-americano pode trazer boas surpresas para os gramados do Brasil, é bom que os times brasileiros se apressem, já que o poderoso mercado europeu aproveita a janela para levar os craques latinos. E como a concorrência com equipes do Velho Continente é quase desleal, a busca por atletas sul-americanos deve ser cautelosa, sobretudo pelo fato do regulamento brasileiro proibir a utilização de mais de três estrangeiros simultaneamente nas partidas. Certo é que os gramados brasileiros sempre estarão à disposição dos “gringos” bons de bola para que o futebol jogado no país pentacampeão do mundo continue sendo um dos mais empolgantes do planeta.

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