terça-feira, fevereiro 22, 2011

Timão reforça jogo coletivo e melhora rendimento com o adeus de Ronaldo

A saudade de Ronaldo ficou apenas pelo bom relacionamento com o elenco. Dentro de campo, a vida segue sem sustos no Corinthians desde que ele anunciou a aposentadoria. Sofrendo com os intermináveis problemas físicos e longe da melhor forma, o ídolo sucumbiu com a equipe na Libertadores diante do Tolima-COL. Mas, sem o ídolo, o Timão parece voltar aos trilhos depois do princípio de crise. O Fenômeno, hoje, não faz falta a um time que, apesar de estar em formação, obtém bons resultados e tem agora no jogo coletivo sua principal arma.

Desde a “era Mano Menezes” Ronaldo era o único jogador do Corinthians sem funções defensivas. Foi muito comum os próprios companheiros dizerem que “correriam por ele” para que o craque pudesse apenas se concentrar em fazer os gols. Nas conquistas do Paulistão e da Copa do Brasil de 2009, deu certo. Com Tite, a orientação seguiu, ainda mais pelo jogador ter enormes dificuldades em perder peso, mas naufragou na última tentativa dele de vencer o torneio sul-americano pelo Timão.

Deu errado também a tentativa de reeditar o esquema com três atacantes. A formação, de muito sucesso com Mano, chegou a render bem nas últimas rodadas do Brasileirão do ano passado, mas, em 2011, não vingou. A tática de colocar Dentinho e Jorge Henrique pelos lados, com Bruno César na armação, furou. Pior: o Corinthians ficou exposto pelo meio e acumulou resultados ruins.

- Nós tentamos várias formações. A que melhor se encaixou foi a do último jogo, com Dentinho, Morais e Jorge Henrique. O Liedson nos dá mais mobilidade na frente, não é um jogador para ficar apenas entre os zagueiros. Ele, sem dúvida, nos ajuda muito na recomposição (defensiva) - revelou Tite.

O comentarista Walter Casagrande Júnior, da Rede Globo, acredita que o técnico Tite tem agora mais liberdade para montar a equipe com o fim da carreira de Ronaldo. O Fenômeno sentou apenas uma vez no banco de reservas, justamente em sua primeira partida pelo clube, contra o Itumbiara, em Goiás, pela Copa do Brasil de 2009.

- Facilitou para o Tite. Não tinha como não colocar o Ronaldo para jogar, e ele já não podia mais jogar. Agora, com o Liedson, o Tite está mais à vontade. Hoje, o Corinthians entra em campo completo. O Ronaldo jogava 30 ou 40 minutos e depois o time ficava com nove na linha – opinou.

Ronaldo, gradativamente, foi colaborando menos com o Corinthians. Em 2009, ano da conquista de dois títulos, o Fenômeno fez 23 gols em 38 partidas, sendo 18 vitórias, 11 empates e nove derrotas. Já em 2010, ele anotou 12 em 27 rodadas, com 16 vitórias, oito empates e três derrotas. Na atual temporada, o craque foi a campo apenas quatro vezes sem nenhum gol marcado, com uma vitória, dois empates e uma derrota.

Com a equipe exposta, Tite optou por transformar os atacantes em meio-campistas. Danilo e Ramírez ganharam suas chances depois da Libertadores, mas não rendera bem. A entrada de Morais e Dentinho contra o Santos deu um mais rapidez ao time, principalmente na chegada ao ataque e na recomposição para marcar. Liedson, com muito mais velocidade que Ronaldo, é outro que também volta para ajudar no combate.

- O Tite fechou mais o time com uma marcação atrás da linha da bola. Isso é importante nessa fase de transição para o time recuperar a confiança. O Liedson dá mais combate que o Ronaldo. E o Tite sabe que ele é um jogador que pode decidir a qualquer momento – explicou o comentarista Caio Ribeiro.

Coincidência ou não, o Corinthians começou a embalar desde que Ronaldo saiu do time e Liedson entrou. São três vitórias e somente um empate, rendimento que colocou o Alvinegro na vice-liderança do Paulistão, com 19 pontos. Mais que isso, o novo goleador balançou as redes cinco vezes em quatro jogos.

- É diferente porque o Liedson se movimenta e volta para marcar. São estilos diferentes – disse o lateral-esquerdo Fábio Santos.

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