domingo, novembro 28, 2010


Tartá marca, Flu derrota o Palmeiras e fica a uma vitória do bicampeonato

Verdão assusta no início e abre o marcador, mas depois para em campo. Na última rodada, Tricolor receberá o rebaixado Guarani no Engenhão



Foi difícil, dramático, sofrido. Em muitos lances, a bola parecia não querer colaborar. Em outros, o goleiro Deola era o inimigo. Mas, como a próprio torcida do Fluminense grita, o “time de guerreiros” das Laranjeiras fez a sua parte, derrotou o Palmeiras de virada por 2 a 1 na Arena Barueri e pôs a mão na taça do Campeonato Brasileiro. Foi aos 68 pontos, um a mais do que o vice-líder Corinthians, e, para conquistar o título, precisa de uma vitória no próximo domingo, contra o já rebaixado Guarani, no Engenhão.
Do lado palmeirense, só lamentações. Após a desastrosa eliminação na Copa Sul-Americana na quarta-feira, o time foi obrigado a conviver com a revolta da torcida. Ela ofendeu o atacante Dinei, autor do gol que abriu o placar em Barueri, e o goleiro Deola, que fez grandes defesas durante a partida. A indignação era tamanha que, quando os jogadores entraram em campo para o aquecimento, foram para a metade do campo onde só havia torcedores do Fluminense na arquibancada. Logo depois, quando o Tricolor das Laranjeiras entrou em campo, surgiram os primeiros gritos de “campeão, campeão”.
Em pequeno número, a torcida do Palmeiras ficou ainda mais furiosa quando Dinei, aos quatro minutos, marcou um golaço. Após recuo errado de Leandro Euzébio, o atacante disparou uma bomba cruzada de fora da área e acertou o ângulo direito de Ricardo Berna, que nada pôde fazer.
Foi então que a torcida palmeirense perdeu a compostura de vez:
- Ei, Dinei, vai tomar no... Ei, Felipão, vai tomar no...
O pior ainda estava por vir. O Fluminense, após alguns minutos de letargia para administrar o gol tomado, acordou e foi para cima. Aos 13 minutos, Emerson, de cabeça, acertou o travessão adversário. Na sobra, Gum marcou, mas o juiz acertadamente anulou o lance, apontando impedimento. No minuto seguinte, Emerson cruzou da direita para Deco, que bateu por cima do gol. A galera alviverde, logo após esse lance, mandou o seguinte recado.
- Se o Fluminense não ganhar, o pau vai quebrar.
Na sequência, um copo cheio d'água atingiu as costas do goleiro Deola, que avisou o árbitro e pediu reforço de policiamento no meio dos palmeirenses.
No lance seguinte, o time carioca chegou ao empate. Carlinhos foi lançado pela esquerda, avançou para cima de Márcio Araújo, cortou para o pé direito e mandou no ângulo esquerdo de Deola. Festa dupla na Arena Barueri.
Massacre do Fluminense
Coincidência ou não, após o recado da torcida palmeirense e o gol de empate do Fluminense, o Palmeiras simplesmente parou em campo. No ataque, Kleber não mostrava a menor vontade e ainda deixava clara sua irritação com a arbitragem. No banco de reservas, o técnico Luiz Felipe Scolari, com cara de poucos amigos, tentava fazer o time reagir, o que não aconteceu.
Dos 20 minutos em diante, foi um massacre do Fluminense. Foram pelo menos três grandes chances e, para desespero de palmeirenses e tricolores, Deola brilhou em todas elas. Aos 22, evitou gol de Conca em chute rasteiro de pé esquerdo. Seis minutos depois, após cobrança de falta de Conca, Gum cabeceou, e o camisa 22 fez um milagre. A terceira intervenção veio aos 38 minutos, em lances de Gum e Fred. E a torcida alviverde, para não perder o costume, xingou muito o goleiro, que mais parecia um inimigo. Antes do fim do primeiro tempo, Muricy perdeu Deco, machucado. Ele reforçou o ataque com a entrada do rápido Tartá pela esquerda.
Tartá vira herói, e Palmeiras faz figuração em campo
No segundo tempo, o Palmeiras voltou com o freio de mão ainda mais puxado. O Fluminense seguiu em ritmo acelerado e, em apenas sete minutos, Fred perdeu duas chances inacreditáveis. Na primeira, Mariano avançou livre pela direita, foi ao fundo e cruzou na medida para o camisa 9, que bateu à direita de Deola. Na segunda, recebeu passe de Conca, avançou sozinho até a área e, cara a cara com o goleiro palmeirense, chutou por cima. O desespero começou a tomar conta da torcida carioca em Barueri.
Mas o nervosismo transformou-se em alívio aos 13 minutos, quando saiu o segundo gol do time carioca. Emerson avançou pela esquerda, cortou a marcação de Márcio Araújo e disparou uma bomba de fora da área. Deola deu rebote, e Tartá, dentro da área, aproveitou-se da passividade palmeirense, dominou e, de pé esquerdo, colocou no canto direito do gol palmeirense. Festa total em Barueri.
Daí para frente, o jogo caiu muito de rendimento. O Fluminense, em vantagem, diminuiu seu ritmo, enquanto o Palmeiras sequer atacava. O time concentrava seu jogo no meio-campo e tocava de um lado para outro. Felipão ainda tentou acabar com a inércia da equipe, colocando Lenny e Vinícius. Mas nada adiantou. Quem voltou a perder chances foi o Fluminense. Aos 32 minutos, Emerson invadiu a área pela esquerda e bateu por cima do gol. Nos últimos dez minutos, a partida transformou-se em um amistoso entre solteiros e casados. Assim que Wilton Pierre Sampaio apitou o final da partida, a torcida carioca explodiu de alegria.



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