domingo, fevereiro 27, 2011

Após chuva e apagão, 'dancinha' define empate entre Tricolor e Verdão

Normalmente, os clássicos reservam emoções. Mas o deste domingo, entre São Paulo e Palmeiras, no Morumbi, pela décima rodada do Paulistão, caprichou nesse sentido. Teve atraso por conta da chuva, falta de luz, pontapés, golaço, expulsão... E no meio de tudo isso, o empate deu o tom. O Tricolor segurou a vantagem até os 39 minutos do segundo tempo, após abrir o marcador com Fernandinho ainda na etapa inicial, mas Adriano Michael Jackson dançou e assegurou o empate por 1 a 1.

A igualdade frustrou um pouco as pretensões de Tricolor e Verdão na briga pela liderança, mas com 19 e 21 pontos, respectivamente, ambos seguem bem no G-8.

O Palmeiras, no entanto, deixa o Morumbi ainda carregando um jejum de nove anos, já que não vence o rival tricolor no estádio desde 2002. Pior ainda é o retrospecto de Felipão. Desde que voltou ao Palmeiras, o técnico ainda não conseguiu vencer um clássico. São três empates e três derrotas (na vitória sobre o Santos, na chegada dele, era Flávio Murtosa quem estava no banco). Já ao São Paulo resta comemorar o desempenho do seu trio ofensivo, veloz e dinâmico..

Era para o clássico ter começado às 16h. Mas desde às 14h deste domingo um temporal castigou a região do estádio do Morumbi. A cada minuto, as poças aumentavam no gramado, e os canos de escoamento de água da arquibancada pareciam cachoeiras. Até mesmo uma piscina a torcida improvisou.

Por uma hora, o trio de arbitragem avaliou as condições do gramado e esperou os bancos de reservas deixarem de estar alagados. E quando decidiu que a bola iria rolar, não agradou ao técnico Felipão, do Palmeiras. Com cara de poucos amigos, ele mostrou-se contrário à realização do clássico paulista neste domingo.

Mal sabia ele que outras emoções estavam previstas, como a falta de luz aos 25 minutos de jogo, segundos depois de Fernandinho abrir o placar para o São Paulo.

Pelo Paulistão, o Tricolor volta a campo no próximo sábado, às 16h, contra o São Caetano, fora de casa. No mesmo dia, às 18h30m, o Palmeiras recebe o Santo André, no Pacaembu. Só que o Verdão, na quarta-feira, tem um compromisso pela Copa do Brasil, contra o Comercial-PI, no mesmo estádio.

Como um raio...

Após uma hora e dez minutos de atraso por conta da chuva, o primeiro tempo do clássico começou quente. Logo de cara, o tricolor Miranda e o alviverde Valdivia se estranharam na lateral. Mas o árbitro apenas contornou na base de conversa. Só que o lance foi o cartão de visita do que seriam os 15 primeiros minutos.

Nervosos, os jogadores trocavam mais pontapés do que passes. Não à toa Miranda, do São Paulo, e Danilo, do Palmeiras, levaram cartão amarelo mais adiante. A decisão do árbitro de advertir esses jogadores acalmou um pouco o ímpeto dos atletas. E com a bola rolando sem interferências, o Tricolor levou a melhor.

O trio formado por Lucas, Dagoberto e Fernandinho infernizou a defesa alviverde. Com rápido toque de bola, o São Paulo chegou a levar perigo até mesmo em uma tabela dos zagueiros Miranda e Alex Silva, que chutou forte, à direita do gol de Deola. O gol dos donos da casa estava muito perto de acontecer.

E saiu aos 25 minutos. Fernandinho recebeu a bola na esquerda, invadiu a área, ajeitou e chutou cruzado, no ângulo esquerdo de Deola. Um golaço! Quando ele ainda comemorava, faltou luz no Morumbi. E os palmeirenses, atordoados com o gol, reclamaram que as luzes se apagaram antes de o atacante concluir. Errado.

Após 15 minutos de paralisação, a energia voltou. E o Tricolor ficou ainda mais ligado. O Palmeiras, por sua vez, só conseguia arriscar em chutes de longa distância. Sem sucesso. Melhor para o São Paulo, que com Lucas, Dagoberto e Fernandinho só não aumentou a vantagem por falta de pontaria.

'Apagão' de Alex Silva, dancinha de Adriano

O técnico Luiz Felipe Scolari iniciou o segundo tempo com mudança na zaga: tirou Danilo, que participou da jogada do gol são-paulino, e lançou Leandro Amaro. Nada que mudasse o andamento do jogo, ainda dominado pelo Tricolor. Sempre apostando na velocidade, o time começou a aproveitar o avanço palmeirense para surpreender nos contra-ataques. Logo no primeiro lance, Dagoberto roubou a bola, passou por dois e chutou com perigo da entrada da área.

Depois, o jogo voltou a ficar nervoso. Muito nervoso. De um lado, Miranda reclamando de uma suposta cotovelada de Kleber. Do outro, Carlinhos Paraíba se estranhando com Valdivia. Dificilmente a partida terminaria com os 22 jogadores em campo. O segundo tempo seguia com poucas chances de gol e muita discussão.

Aos 12 minutos, aconteceu o esperado. Bastante nervoso, Alex Silva tirou satisfações e deu um empurrão em Adriano depois de o atacante palmeirense ter caído na entrada da área. O árbitro Marcelo Aparecido de Souza não hesitou e aplicou o cartão vermelho, revoltando a torcida tricolor no Morumbi.

O Verdão não soube aproveitar a vantagem numérica e ofereceu pouca pressão. Com isso, até Miranda se arriscou no ataque são-paulino e saiu fazendo fila na zaga do Palmeiras, para delírio da torcida. Na única chance mais clara do time alviverde, Tinga acertou um petardo de fora da área, mas parou em grande defesa de Rogério Ceni. Um chute forte de Valdivia teve o mesmo destino. O camisa 1, que era dúvida para a partida, se destacou. Não só nesse lance.

Aos 37 minutos, após falha da defesa tricolor no meio de campo, Adriano recebeu em profundidade e saiu na cara do gol. Mas Ceni cresceu na frente dele e defendeu. O empate já era uma realidade. Tanto que, no lance seguinte, aos 39, uma bela trama de Valdivia e Kleber terminou nos pés de Adriano. Desta vez, ele chutou de esquerda e tirou Rogério do lance: 1 a 1, com direito, enfim, à prometida dancinha de Michael Jackson na comemoração. Empate razoável para as equipes depois de uma tarde tão estranha.

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